domingo, 30 de outubro de 2011

Depois de vários rascunhos, apagar e voltar a escrever, de pensar não é bem isto, mas também não é aquilo, percebi que as palavras são poucas para dizer tanto! Não se conta o que se viveu com grandes descrições, nem através de fotografias ou imagens, isso são recordações. O que se vive conta-se vivendo! Através de gestos, do que somos, daquilo que é a nossa vida! Porque a vida não é nossa, a nossa vida é dos outros e por isso, para que saibam o que é a nossa vida, é preciso viver com eles. Descentrarmo-nos de nós é começar a viver!
Foram 5 meses de lições de vida que nunca mais me vou esquecer, foram 5 meses de histórias, novas amizades, novos lugares, um sonho que ainda não consigo acreditar que aconteceu... mas é bom voltar, é bom acordar do sonho e perceber que a vida nos pede de volta à terra, que a vida não é um sonho, mas que o sonho comanda a vida! Que esta vida é simples e mágica, que nos dá tudo se nos deixarmos apaixonar por ela!
O mundo é injusto! Vi, senti e mais que isso vivi algumas destas injustiças, mas volto com a certeza que, apesar de injusto, o mundo está cheio de bondade! Esta bondade liberta-nos, faz-nos ir mais longe, faz-nos acreditar que é possível... Esta bondade é fruto do amor e este é aquilo que cada um de nós tem de mais precioso para dar! Viver é amar!
Foram 5 meses com uma mochila às costas, roupa para pouco mais que uns dias, comida muitas vezes contada, mas foram os 5 meses em que senti (talvez pela única vez) que não precisava de mais nada do que aquilo que tinha. Nunca desejei ter mais do que tinha, ou que alguma coisa me fazia falta. Talvez porque o que tinha, tenho e temos (que muitas vezes anda escondido!) basta: o Amor!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Não sei como se diz adeus, como se despede de tantas caras, tantas terras.... Nao consigo, quero ir e quero ficar!! Deixo o meu coração em cada sitio onde estive, com a certeza que nao sei agradecer tantas coisas que vivi. Nao há forma de agradecer, não há forma de retribuir! Volto com o coração pequeno e ao mesmo tempo gigante!! Pequeno porque não cabem tantas coisas, gigante porque com tudo o recebi só quero dar ainda mais, entregar-me, sei que todo o amor que tenho não é meu e me foi dado para que o comparta!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Depois de quatro meses e meio...ora bota o pé no pedali!! Neste últimos dias temos (porque agora já somos duas) temos estado a passear de carro por terras do norte da argentina! É incrivel como no mesmo país pode haver tantas paisagens distintas... Tempo de conversas, cantigas, silêncios, mas no meio disto tudo, volta e meia sai "Ah estamos na Argentina!" As vezes dou por mim a pensar que o oceano é muito mais pequeno do que julgamos. Comeco a voltar a casa aos bocadinhos. E bom voltar a argentina e ouvir de novo este acento que ja tinha saudades... O supermercado que também já e conhecido e as famosas parrilladas!! Aqui comeco a pisar chao conhecido, ainda que nao seja chao portugues. Mas e engracado perceber que nos humanos nos habituamos muito facilmente as coisas e ainda que nao tenha nunca vivido no norte da argentina o facto de estar aqui faz-me já sentir um bocadinho em casa...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ora salta aqui, ora salta ali!

Começou oficialmente o meu regresso a pátria! Nest ultima semana comecei a descer o Peru de regresso à Argentina! Um tempo em que vou saltar de sitio em sitio a conhecer estas marivilhas desta America tão fascinante! Dois dias em cada cidade, noites em autocarros, mas com a certeza que os meus olhos nunca viram tanta beleza! Paisagens lindas, sítios que parecem contos de fadas, aventuras que nos levam para outro mundo e tudo o que há para fazer é piscar os olhos e tirar uma fotografia com a memória, com aquela parte do cérebro que não nos deixa nunca esquecer... Inspirar e expirar, sentir os cheiros, e mais uma vez grava-Los nessa memória que guardamos para toda a vida!

Ser turista...

É estranho chegar ao fim de quatro meses e ser turista só agora... Acho que nunca me tinha apercebido disso, como esta ultima semana. Viver quatro meses com gente deste países faz com que seja também um deles. A verdade é que apesar de ser Portuguesa sei que durantes estes meses fui meia uruguaya, argentina, chilena e peruana! Agora neste ultimo més vou ser turista! É estranho falar ingles, fazer as contas em dólares y ser tratada com gringa! Mas no meio de tudo isto sei que alguma coisa muda em relação aos outros, acho que se percebe que nao vim só de passagem, só para ver e ir. As pessoas continuam a abrir as portas, a ajudar, a aconselhar-me o que de mais típico e local há, como para fugir deste turismo que enche os olhos do que nos queremos. Assim este ultimo mês de turismo, como lhe chamo, é também especial porque entre o inglês e o espanhol há sempre um amigo que me mostra o outro lado da cidade, que me recebe ou que me ajuda...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

As vezes quanto mais palavras, mais complicado é explicar o que se sente por isso hoje digo só:
JÁ SOMOS DUAS ROZAS LATINAS POR ESTAS BANDAS!!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Mais uma partida...

Mais um partida...daquelas que custa deixar! Saí, saí sem fazer barulho, já todos estavam a dormir! Tinha de ser assim, que todos se deitem e sonhem, que se deitem antes que me vá. Nao conseguia fazer de outra maneira! Uma história antes de dormir, aventuras em que as personagens principais sao eles, magia e sonhos, para que o sono fosse descansado e eu pudesse partir no meio de tanta imaginacao! Parti bem devagarinho, chorava, nao sabia quando ia voltar! Deixei-os, deixei os meus irmaozinhos que tive durante um mes! Nao foi facil, mas fui descansada sabendo que no dia seguinte iam voltar a sorrir, a brincar, a sonhar...
Assim deixei mais uma cidade, bem devagarinho, sem que ninguém escutasse!

sábado, 16 de julho de 2011

Chovia muito e fazia um frio que penetrava pelos ossos adentro, mas não sei porque razão eu estava quente como se fosse totalmente imune a esta frio. Não consegui entender! À volta as pessoas protegiam-se, cada vez com mais casacos, gorros, tudo para que estivessem protegidas desse frio penetrante que paralisava. Elas também não entendiam, quanto mais de abrigavam, mais frio tinham e eu continuava com calor cheia de calor.. Antes, algum tempo antes também tinha frio, muito frio e protegia-me, mas agora estava diferente!
Só mais tarde entendi, só mais tarde quando o calor voltou a desaparecer entendi. Queria voltar a sentir-lo, mas não sabia como..
Assim passeava pela rua desprotegida desse frio que começava a gelar os ossos e uma senhora acercou-se e disse-me "Porque deixaste de acreditar?" e eu não lhe respondi, mas depois entendi, mas esta pergunta ficou a ecoar dentro da minha cabeça, como uma mosca que está fechada num frasco e não consegue sair. Tentei fugir, tentei esquecer, mas a pergunta não se apagava da minha memória e cada vez tinha mais frio! Até que um dia entendi, entendi e já não queria esquecer, queria gritar, queria saltar, queria correr sentir que o calor do meu corpo voltava e cortava o frio... E então voltei a encontrar a senhora e respondi: "sempre que me entrego sem esperar resposta, sempre que me dou de coração livre, sem máscaras, sem protecções o frio já não existe, a alma está cheia e o amor é tão grande que nos aquece até nas noites mais geladas!" e então entendi as pessoas vivem protegidas no seu mundo, presas e cheias de medo e por isso se congelam e se abrigam até já não ser possível ver a cara...
Voltei, queria falar outra vez com aquela senhora, mas desapareceu, já se tinha ido, nunca mais a vi... Já sabia, no fundo já sabia, ela já se tinha ido porque agora era a minha vez: "porque deixaram de acreditar?"

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Joselito, Joselito mi amor...

Se pudesse levava-o comigo! Quando chego corre para abracar-me, pede-me que lhe faca cocegas, é uma forma de se sentir seguro e amado... Hoje saiu do lar e foi brincar com outros meninos, nao imaginam como os olhos brilhavam por ter sido escolhido para ir passear. A outra rapariga que foi seleccionada dizia "José estas seguro que quieres ir? Yo no te voy a cuidar porque quiero estar con los otros niños"  e ele respondeu "No te preocupes me voy contigo para te cuidar, porque se te pegan yo te protejo, porque soy hombre!". O José tem 5 anos!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Ao contrário da entrega!

Se já vivi a entrega total de uma mae, aqui vivo o abandono! Em Tacna, onde estou a trabalhar no Perú, passo as minhas tardes num lar de criancas que foram abandonadas pelos pais. Estas tem todas as idades, desde recem-nascidos a rapazese raparigas de 16, 17 anos. Sao oito lares e casa um tem mais ou menos 8 criancas e uma mae adoptiva que toma conta deles. Fazem tudo como se fossem uma familia e tratam uns dos outros como irmaos. Alguns lembram-se dos pais, outros vao ser adoptados, mas o mais incrivel e que se dao as pessoas com todo o amor que tem. Fui recebida com abracos, festejos, sou tratada por tia, mas pedi para me chamarem de Mafalda, sinto-me mais irma.
O meu coracao volta sempre apertado quando saio de lá, criancas lindas, cheias de bondade, que foram abandonadas. Nao consigo entender como uma mae consegue fazer isso, porque os filhos sao parte de si. Penso que estas pelo menos tiveram a oportunidade de viver neste sitio, onde tem irmaos e pessoas que lhes cuidam.
No outro dia estavamos a ordenar a roupa e eu perguntei de quem era uma t-shirt e uma rapariga de seis anos disse " es de bubu, mi hermanito más chico! Sabes Mafalda, acá tengo muchos hermanos!", senti que para ela essa era a coisa mais preciosa da vida, os olhos brilhavam quando dizia isto,  e guardei esta frase como o maior tesouro que podia levar.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O Chile de uma ponta a outra...

Sai de Santiago com rumo ao Peru! Uma viagem de 32h! O que se faz em tanto tempo?! Ia dar em louca, com quem vou falar, que  vou fazer??!! Mas afinal nao, passou a voar e o tempo acabou por ser pouco. Entre livros e ver a vista, dormir um pouco também a viagem pareceu-me mais rápido. Descobri um Chile que desconhecia, conheci o Oceano Pacifico, passei pelo deserto... Fiquei surpreendida, Santiago é uma ilha no meio do Chile, uma cidade que está completamente distante da realidade que se vive na America do Sul. Durante a minha viagem os prédios altos foram mudando para cabanas, casas de lata, os restaurantes passaram a roulotes ao longo da estrada, os cafes com internet desapareceram. Outro país, afinal se eu achava que as diferenca eram so dentro da cidade, estava enganada! Assim que sai percebi isso! Todo o dinheiro se concentra em Santiago e tudo o resto parece meio acessório!!
Um país lindo com tanto para descobrir e uma cidade que ofusca o resto do país! Espreitava por uma janela e tinha montanhas e pela outra um mar sem fim. Tive direito ao amanhecer no deserto e um por do sol na praia. Uma viagem que se parecia aborrecida acabou por me brindar com vistas e paisagens tao distintas que nem a maquina fotografica teve tempo de registar. 32h assim nao sao nada, passam a correr, voam, deixam-te muitas coisas para pensar, vontade de parar o tempo, de escrever e registar. 32h nao sao nada quando se quer conhecer e descobrir.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Antes de partir...

Escrevi, apaguei, voltei a escrever e apaguei. Sinal que a partida não é fácil, que há muitas coisas para dizer, mas que todas as palavras não chegam e se tenta explicar da forma mais simples que se consegue. Durante este último mês estive a viver no Chile, em Santiago. Fiquei em casa de uma família que não me conhecia e me recebeu de braços abertos.. Sou a irmã do meio, a mais velha chama-se Carla e a mais nova Agustina. Tenho o meu lugar no carro, na mesa, um quarto, uma cama, mas mais que isso tive quem tomasse conta de mim. Quem me perguntava como tinha sido o dia, para pôr o casaco porque estava frio, todas essas coisas que às vezes nos parecem chatas e aborrecidas, mas que sentimos falta quando não as temos. Deixo-os com vontade que conhecem também a minha familia, que fiquem em minha casa o tempo que quiserem, que tenham um lugar na mesa e todas essas coisas a que tive direito. Não sei como se agradece isto, não sei porque tudo o que posso fazer ou dar me parece demasiado pouco.
Assim parto amanhã para o Peru, com a certeza que no Chile tenho mais que amigos, tenho uma familia...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Nao sei que titulo hei-de-dar a este post, na realidade nao tem um tema, um assunto, mas talvez sejam assim as coisas mais importantes! Hoje escrevo porque tenho que escrever, porque as vezes ha dias que nao se pode guardar dentro de nos aquilo que sentimos, aquilo que nos enche, aquilo que nos move. Vivemos a dormir e julgamo-nos bem acordados todo o tempo. Mas as coisas passam-nos ao lado. Quando realmente pensamos que vivemos tudo, que sentimos tudo o que havia para sentir, entao estamos acabados... Viver plenamente é ter a certeza sempre que ha mais para descobrir, mais para viver. Viver é uma coisa tao simples, que nos esquecemos da sua simplicidade. Viver é ter sonhos e fazer os outros sonhar. Viver é isto, parar, sentar-me e escrever, porque sim, nao tem que ter explicacao.
Tantas vidas que passam pela nossa vida que nos fazem viver que nos fazem sonhar e nós sempre indiferentes.. Que indeferenca esta que nao nos deixa ir mais longe, percorrer o mundo, dar a nossa vida. Que indeferenca esta que nos fecha, que nos afasta!E os dias vao passando, nos tornamos preguicosos, nos tornamos comodos, nos tornamos naquilo que nao sonhamos ser.  Por isso hoje digo e decido: Quero viver!!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Afinal estava escondida...

Desde que cá que cheguei que me tenho perguntado onde está a pobreza??!! Em todos os lados por onde ando não há pessoas na rua a pedir, no metro e no autocarro é só pessoas bem vestidas ou meninos de farda... Mas ela tem que estar em algum lado?!! Vou trabalhar com eles? Não percebia!
Até que um dia....Ela apareceu! No fim da linha do metro ali estava o sitio! Outra cidade, os edificios altos já não existiam, em vez disso estavam barracões. Gente por todo o lado na rua a pedir dinheiro, descalços, com a roupa rota. Camiões e camionetas de um lado para o outro... Não entendi! Não saiem daqui? Caminhava sozinha, estava meia perdida, mas mais que isso estava revoltada, chocada! Pensava que os ghettos já não existiam, que já tinhamos ultrapassado isso, mas afinal não! A pobreza está escondida, para que ninguém veja, para que se ande pela cidade e tudo pareça perfeito! Demasiado perfeito para que se desconfiasse!
Voltei para casa! Não conseguia suportar o que via!! Agora preparo-me, vai ser onde vou passar a minha próxima semana! Mas foi para isso que vim, para estar com essas pessoas, as que estão escondidas, que não se vêem, a quem o mundo lhes fecha a porta!

A América do Norte chegou ao Sul!

Estou em Santiago do Chile há uma semana. Outro mundo, outra américa! Aqui os prédios são todos modernos e altos, muitos edificios de escritórios, o metro é novo e em todo o lado há internet wifi. Onde vim parar, será que subi demais??!! Mas parece que não, na rua ouve-se espanhol, a movida é latina... Sempre em festa, qualquer pretexto serve para se juntarem, umas cervejas, uma comidita e está feita a festa! Asi me gusta! Um novo sítio, novos amigos, novos costumes....

quinta-feira, 9 de junho de 2011

23 anos e uma vida...

Se viajar durante 5 meses é uma experiência inesquecivel, fazer anos durante essa viagem ainda lhe traz um toque mais especial.
Um ano que começa em viagem, que quero eu de melhor? Um ano que começa com um percurso ainda incerto, sem saber muito bem onde vou estar nos próximos dias e nos próximos meses. A certeza que o futuro é incerto e que temos a liberdade de escolher os nossos caminhos, que a nossa vida depende muito de com quem nos cruzamos e de casualidades que nos trazem coisas boas... Começar um ano assim só poder significar que se entra com o pé direito! Não sei onde estarei precisamente daqui a um ano, mas isso pouco importa, gosto do futuro incerto, gosto de de nao ter a certeza de tudo, gosto de saber que tenho mais um ano para crescer, descobrir, conhecer. O meu lugar no mundo não está decidido, se é que o de alguém está...Assim podemos sonhar, podemos projectar, podemos mudar, arriscar, saber que a vida pode tomar muitos rumos e temos toda a liberdade para sermos felizes... Gosto de ter 23 anos e de me sentir pequena e grande! De viajar sozinha e estar sempre acompanhada! Gosto de ser assim, sem mais, nem menos do que tenho hoje. Gosto de partilhar com os outros, gosto de falar, gosto de sorrir! Assim ter 23 anos é ter mundo pela frente!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Montevideo!

Montevideo sem tempo! Se no inicio achava que a cidade parou no tempo, agora fui eu que decidi parar com ela. Esta semana não há viagens, não há trabalho! Uma semana para ler, passear de mate na mão, descobrir uma cidade que me fez sentir verdadeiramente em casa durante um mês. Aproveitar o sol de inverno na Rambla, escrever, olhar para as pessoas e imaginar histórias, vidas. Andar a pé e saber onde estou, já não é desconhecido! Volta e meia uma cara conhecida, a senhora do supermercado, o café da esquina... O autocarro que sai de meia em meia hora e um caminho que já tem os seus cheiros e passagens que me leva de novo onde já tive! Uma semana para dormir até tarde, onde os sonhos se misturam já com lembranças, com contos, com músicas! 
Procuramos, descobrimos, o novo chama-nos, mas há uma altura em que voltamos, nos refugiamos...Quase com uma necessidade de que esteja tudo igual para nos voltarmos a sentir em casa!
Assim é, esta semana estou por Montevideo outra vez, próxima semana volto a partir e aí já só volto para me sentir em casa em Portugal!

A saída do campo!

Três semanas no campo e fiquei conquistada! Não sei bem agora se sou mulher da cidade ou do campo! Talvez dos dois sítios! Digo-vos andar perdida no meio das montanhas, acordar cedo, ouvir os tractores a passar, sair do refeitório e ter ovelhas a pastar são coisas com que me fui identificando ao longo das três semanas que estive na Patagonia. Saber que o sol lá é preguiçoso porque só se levanta às oito e deita-se logo às 5, dava-me mais tempo para contemplar o céu estrelado do Sul cheio de desenhos e formas desconhecidas. Conversas sobre o estado dos países, sobre plantas, um bocadinho de tudo se ia aprendendo. Se as crianças nos marcam pela sua beleza e simplicidade, os adultos igualmente nos vão marcando pelo seu serviço e dedicação. E voltas?!? É sempre a pergunta que deixa uma resposta no ar, que temos vontade de dizer que sim, mas não sabemos! e por isso fica sempre no ar um "Nos Vemos!" como amanhã o despertador voltasse a tocar as seis e meia da manhã, o sol se levantasse tarde e os tractores voltassem a funcionar!!

As fotogafias que ficaram perdidas...

Acho que cá também já espalhei a fama de despistada!! Depois de um mês e meio de viagem, cheguei à Patagonia e tinha perdido as fotografias todas desde que cá tinha chegado! Um bom disso é que como sou uma pessoa que partilha as suas coisas com os outros, agora voltei a tê-las porque ando a recolher pelas pessoas que me pediram as fotografias. ehehehe!! Deixo aqui algumas fotografias das viagens que fiz quando estive no Uruguay.
Punta del Diablo



 Cabo Polónio



terça-feira, 17 de maio de 2011

Fotografias das visitas às comunidades!




Mulher do campo!

Cá o meu dia-a-dia começa cedo. Acordo mais cedo que o sol e deito-me quando este já se foi deitar há algumas largas horas! Às seis e meia toca o alarme, faz frio e lá fora está tudo branco e gelado. Só com o sol é que aparecem as cores, porque durante a noite a humidade condensa-se nas árvores e no pasto e no dia seguinte parece que nevou, mas não, só água gelada!
Vivo num colégio agrícola, mas passo grande parte do dia fora, visitando as comunidades Mapuches, originários de cá que vivem aqui no meio das montanhas. Cada comunidades têm os seus parages e aí há várias casas de famílias. Normalmente são todos primos, tios, irmãos, ou sobrinhos. Vivem muitos do gado e da agricultura. Assim o que eu faço é visitar estas comunidades para saber se está tudo bem com estas famílias e para além disso ver o que cultivam e criam para que lhes possa dar uma mão. Quando digo uma mão é construir uma estufa, ver como as coisas que cultivam podem ser mais sustentáveis e ajudar-lhes com isso. Claro que eu não entendo nada, começo agora a entender, mas vou com quem sabe e me vai ensinando também. Destas visitas surgem encontros engraçados com vizinhos, com pessoas que estão a passar pela estrada e nos pedem boleia, ou mesmo com a própria gente da família, que muitas vezes estão todos em casa porque as crianças não foram à escola e ficam com os pais que trabalham nas suas terras.
Esta vida de campo tem-me encantado, nunca pensei que gostasse tanto de saber sobre sementes, como se cultiva, de ter em atenção a orientação do vento e um monte coisas que se aprende fazendo e que os livros de ciências pouco ensinam. Dá-me vontade de voltar para Portugal, ter também uma horta, cultivar algumas coisas para comer e deixar a grande indústria dos supermercados que nos trazem já tudo empacotado! Estou feita uma mulher do campo, as minhas mãos já falam por isso, estão secas do frio, calejadas das ferramentas e enrugadas da água. A simplicidade da vida aqui descansa-me!

Um bocadinho do Sul!

Enganei-me se achava que a beleza estava só no mar... Este fim-de-semana resolvi descer um bocadinho mais e em dois dias fiz mais ou menos 400km para conhecer esta Patagonia que tanto me têm falado. Não conheci nem metade porque aqui as distâncias são grandes, mas o que vi foi de uma beleza incrivel e deixou-me com vontade de um dia voltar e descer tudo até à famosa terra do fim do mundo!!
De sexta para Sábado dormi no pueblo em casa das raparigas, isto porque do colégio não há transporte ao fim-de-semana e por isso ou saio logo sexta, ou a únoica solução é fazer-me à estrada e caminha até que passe algum carro que vá para o pueblo. Assim sábado passei todo o dia numa terra aqui perto San Martin de los Andes, onde começa uma famosa ruta que se chama a ruta dos 7 lagos. Não sabia eu ainda o que me esperava, porque as montanhas escondiam uma vista que não é possível esquecer. Durante esse dia li e comi chocolate, que cá há um montão de lojas de chocolate caseiro óptimo!! Ao fim do dia apanhei mais um autocarro, este de 4h e viagei então por estas terras mágicas, onde os espelhos de água vão reflectindo as cores laranjas e amarelas do Outono! Durante essas horas e até ao anoitecer passei por todos os lagos até chegar ao meu destino, Bariloche! Cheguei aí às 9h da noite cheia desta beleza desconhecida. Acreditem que é incrivel! Procurei um lugar para passar a noite, já que desta vez não tinha ninguém que me pudesse albergar e ainda sem plano para o dia seguinte deitei-me achando que já devia ter visto tudo o que se podia ver por estas bandas! Levantei-me às 8h30 e quando olho pela janela o seu estava rosado e o reflexo no lago dava a sensaçao de estarmos dentro de uma fotografia. Fiquei assim deitada a olhar pela janela pensando que de todos os amanheceres que já vi cá, este teria sido certamente o mais diferente e talvez o mais surpreendente! Levantei-me decidi que tinha que ver mais e daí fui perguntando para onde ir, que fazer, o que ver... As raparigas que estavam a dormir no meu quarto disseram que não podia sair de lá sem ir ao Cerro Campanario! Vamos lá então, não sabia o que esperava, parecia-me uma coisa bastante turística e sem grandes expectativas lá fui! Subi por umas cadeiras que me faziam lembrar as cadeirinhas de ski e quando de repente olho para trás vejo uma extensão de água que achei que era impossível existir entre montanhas. Estava meio nublado,mas mesmo assim entrou-me pelos olhos adentro. Ao fundo o céu e o lago juntavam-se e as ilhas no meio faziam desenhos, parecia que aos meus pés tinha um quadro, aldeias construidas onde cada pormenor tinha a sua importância. Lindo! Fiquei ainda a disfrutar da vista, a tentar descobrir o que se passaria em cada pueblo, quem vivia em cada casa. Deixei-me ficar, se o mar me lembra a pequenez do Homem, esta vista lembrava-me que o Homem tem também o previlégio de poder disfrutar destes lugares onde a natureza se revela de uma forma impossível de imaginar.
Voltei para casa com a certeza que no meio destas montanhas existem terras mágicas, que um dia sonhámos com elas, mas que pensamos não existir!
P.S: As fotografias não passam nem metade daquilo que se vê do cimo do monte! Desculpem!

PARABÉNS MÃE! um beijinho grande

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Da cidade para o campo!

Cheguei esta semana a Patagonia. Uma mudança total, depois de um mês vivendo na cidade! Aqui estou a viver num colégio agricola. Fica a 20 minutos da aldeia mais próxima e só tem um autocarro para nos levar até lá que passa às 7h55 da manhã e às 5h da tarde. A outra maneira é esperar que um dos professores va a cidade, ou então pode-se sempre fazer-se a estrada a pé! Estou rodeada de montanhas e mesmo da janela do meu quarto vejo o vulcão lanin que tem um glaciar no cima!! Uma vista linda! Aqui há tempo para fazer tudo, durante o dia faço um bocado de tudo. Levanto-me cedo, às 6h30 da manhã e vou às aulas dos miúdos, faço visitas às comunidades, visito escolas primárias também e ajudo os alunos no estudo. Depois de tudo isso, ou entre tudo isso ainda me sobra tempo para ler e passear. Estou tambem a aprender a tecer uma faixa tipica das artesanias de cá. Uma tranquilidade que me enche!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Buenos Aires

Buenos Aires! Uma cidade que tem uma movida especial! O tango afinal não é um mito!
Depois sair do Uruguay passei o fim-de-semana em Buenos Aires, que ainda não tinha conhecido. Desta vez acompanhada por uma cara bastante conhecida e querida, o meu pai!! Foram dias de mimos, muitos e de disfrutar também de algumas regalias que não vou ter durante os próximos meses!! 
Passear por Buenos Aires, cheirando a uma nostalgia e ao mesmo tempo uma vivacidade que cohabitam e que não se consegue descrever. A nostalgia de um povo que em tempos viveu de uma cultura bastante tipica e muito vincada e a vivacidade de uma movida que ainda traz um pouco desta vida. À noite a cidade está cheia. Os restaurantes têm filas de espera intermináveis, os bares ficam abertos até tarde e até o sol nascer, toda a cidade vive, canta e dança. De dia tudo esta movida mantém o seu ritmo e as ruas enchem-se de espectáculos que tango, de vendedores, de cheiros distinctos.Cada bairro conta a sua história, se orgulha da sua tradição e assim vamos viajando pela história desta cidade. Influências de muitos países, França, Espanha e Italia são os que mais se identificam, em cada esquina um edificio que nos lembra Paris, um prato que nos leva para os gostos italianos e a lingua que nos lembra que aqui se comunica em espanhol. Carne, muita carne também! Todos os restaurantes têm pastas e parrillas, e entre os gelados e empanadas vamos disfrutando de uma verdadeira mostra gastronómica.
Depois de caminhar e percorrer toda a cidade juntamos-nos então para dar corda ao corpo e aos pés e com os ritmos de cá aprender então essa dança que tanto encanta os europeus, o tango!! 
Uma cidade que não pára, que em cada canto se grita por um cuadro de futebol. Pequeno, grande, tem sempre mil adeptos!! E cuidado se tomas partido de um, fazes muitos amigos, mas também muitos inimigos!!

Depois de um mês!

Antes demais peço desculpa por estar meia ausente, mas estas últimas semanas foram tempos de viagens e mudanças por cá e por isso o blog acabou por ficar para segundo plano. Vou escrevendo à mão, mas as novas tecnologias são menos transportáveis e por isso só quando já tenho um poiso definido é que me dedico mais a estas.
Têm sido tempos fortes de despedidas, de reencontros, da certeza que os caminhos que se vão cruzando durante esta viagem não são por acaso. Durante este mês que vivi no Uruguay os rostos ao inicio desconhecidos foram-se transformando em histórias, em vidas, em amizades preciosas que levo comigo. A última semana foi dedicada a despedidas. Para nós as despedidas trazem-nos o sentimento reconfortante de que deixamos marca, mas também de que fomos marcados. Para mim esta segunda teve um peso muito grande, aprendi muito com quem estive! Sentir que me deixei marcar é sentir que não vivi ao lado das coisas, que partilhei com eles a minha vida, aquilo que sou e que tenho para dar. Só assim posso sair marcada, porque me dei! Ao inicio com sorrisos como dizia, no fim com conversas, com abrazos, com jogos, coisas simples, mas que fazem tanta diferença. Durante o mês que estive no Uruguay aprendi a ter uma familia gigante, um montão de irmãos mais novos que sabiam tanto sobre a vida. Irmãos mais velhos que me ajudaram a saber cuidar dos mais novos, mostrando-me que tudo se baseia no amor.
Uma semana intensa esta última, com direito a cartazes, desenhos (muitos), teatros e muita alegria! De coraçao apertado atravessei de barco o Rio de Plata, mas com uma felicidade que me transborda e que me dá força para continuar. Recordaçoes muitas, sorrisos, um milhão deles, amor, mais que se pode imaginar alguma vez ter. A certeza que nada disto acontece por acaso e a certeza que a minha vida passou por a vida de todas a crianças e adultos com quem estive por alguma razão e que vamos ficar ligados sempre. Por isso deixo este primeiro sitio, como todos os outros que vou deixar com um ATÉ JÁ, NOS VEMOS SEGURO!!

domingo, 1 de maio de 2011

Amor de mae!


Tenho pensado muito neste amor, que tantas vezes cai esquecido na rotina do dia-a-dia. Aqui contaram-me uma história sobre a grandeza deste amor, que tanto dá e se entrega, sem nunca pedir nada de nada em troca.
Uma miúda que frequenta o club de ninos onde estou a trabalhar tem a mãe presa. Disseram-me que tinha sido presa por causa de droga, deduzi que vendia e que tinha sido apanhada. Mas afinal não... Quem vendia droga era um dos filhos e este sim foi apanhado, e e, esta mãe tendo já um filho na cadeia, entregou-se por este outro, para que este pudesse ficar em liberdade e ter mais uma oportunidade para refazer a sua vida. E assim foi, está presa faz agora dois anos, sem saber quando vai sair. Mas este amor é maior que tudo o que está a passar, dá-lhe força para viver longe da família, sabendo que salvou quem mais precisava e que entregou a sua vida para que outra pudesse viver! Este amor de mãe que é incondicional, que dá vida, que nos cuida e trata. Que tantas vezes nos passa ao lado porque sempre esteve ali connosco, bem pertinho, bem escondido nos gestos pequenos do dia-a-dia, mas que se revela tão grande. Uma mãe dá a vida quantas vezes for preciso, porque o amor que tem para dar é infindavel. Somos parte dela e ela é parte de nós, mesmo vivendo perto ou longe, este amor não se apaga com a distância, não se destrói com a idade. Seremos sempre dela e ela será sempre nossa. Não há nada mais nosso que o amor de uma mãe e nada mais gratuito que este amor. Um amor que nos educa, que nos cria, que é exigente, que às vezes nos revolta, mas um amor totalmente verdadeiro e gratuito, de uma grandeza e profundidade que nos transcende. Não explicável com números, com palavras, é um amor que se vive e se sente, que está dentro de nós.
Obrigado mae!Bom dia da mãe! Um beijinho grande

Cabo Polonio


Estive toda a semana a encontrar as palavras para melhor descrever este sitio, mas acho que por mais que pense e busque nunca vou conseguir. É algo que tem de ser vivido, nem as imagens e fotografias que vejo e que tirei transmitem metade daquilo que considero uma verdadeira magia da natureza. Ia cheia de expectativas sobre este sitio, porque já tinha lido descricoes e visto imagens, mas superou tudo, senti como se tivesse chegado a lugar mágico, onde as palavras não saiem, os olhos não param de piscar de tanta beleza e uma excitação de ver tudo, de sentir cada brisa, de pisar cada bocadinho de terra, de me sentar em cada rocha e ficar todo o tempo a olhar para o céu a ver as estrelas. Cada segundo que passa cada bocadinho de natureza te dá uma novidade e sentes que estás envolvida pela mais pura das belezas e que fazes parte também dela.
A primeira noite mostrou-me que apesar de um céu coberto de nuvens e chuva, uma tempestado tem tanto de assustador como belo. Numa península onde não há electricidade,  onde o que nos ilumina sao as estrelas, a lua e velas, ver os raios a desenharem-se no céu com uma perfeição que é inexplicável foi dos espectáculos de natureza mais bonitos que já vi. Numa noite contempla-se as estrelas, na outra a tormenta. Tanta chuva que parecia que tinhamos uma parede de água, tudo fica diluido e desfocado. Lá em cima o céu revolta-se, é sexta-feira santa! Uma pequenez imensa se sente quando se vê algo de grandioso, sentia-me uma formiga, um grão de areia, uma impotência que me enchia o coração, que me lembrou que a pequenez do Homem, vem da grandiosidade de Deus e que com Ele esta pequenez se transforma em algo tão grandioso e trancendente. Deixei-me ficar, deixei-me envolver por tudo isto.
E...depois da tempestade vêm a bonança! Os raios de sol invadiram o meu quarto logo pela manhã, tudo estava calmo e tranquilo. O vento soprava devagar e juntavamo-nos para tomar o pequeno-almoço mesmo à beira-mar. O dia começava assim devagarinho, sem grandes pressas, porque o relógio aqui não tem horas e o dia rege-se pelo sol. Quanto amanhece é a hora de despertar. Um sábado de descanso, de passeios sem fim, de conversas e de cozinhados. Fizemos pão para o lanche, um bom pão português que já estranhava. Banhos no mar pela tarde, na tentativa de me pôr em pé em cima de uma prancha e desfrutar a velocidade das ondas. Não fui muito bem sucedida, mas o banho de água salgada foi um brinde que não esperava, porque já faz frio por aqui. Pela noite jantou-se o que havia e fez-se uma ceia de bolo e chocolate quente para aquecer. Seguimos daí para a discoteca, uma casa que dá para a praia, onde um senhor põe musica numa mesa de dj improvisada, junta-se umas mesas para fazer de bar e já está. Fez-me lembrar as festas do colégio. Aí junta-se toda a gente que está em Cabo Polonio e mais uma vez a moda não tem importância, hippies, pescadores, estrangeiros, betinhos, dreds. O que seja, está bem e assim se vai convivendo! A noite acaba tarde e faz-se um passeio de volta a casa iluminado pelo céu mais espantoso que já vi, guardo bem essa imagem, o sol deve estar quase quase a nascer outra vez.
Depois de poucas horas de descanso, sente-se outra vez o cheiro a pão. Últimas horas aqui, arrumamos tudo, limpamos a casa e levamos tudo para a praia para aproveitar a manhã. Últimos passeios pela praia para uns, banhos no mar para outros, mas todos com a certeza de que saimos dali com uma força extra impulsionada por toda a natureza que nos rodeava.
Já a caminho de Montevideo voltava com a certeza que um dia estarei outra vez ali, seguro!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

A pobreza e a riqueza sao vizinhas!

Punta del Este, o destino dos ricos!! Estive em Punta del Este uma tarde e uma noite, horas em que me senti noutro uruguay que desconhecia. Prédios mega luxuosos, casaroes como nunca vi na minha vida! É o destino de férias dos milionários argentinos e brasileiros. Constroem casas gigantes com campo de ténis, futebol, mais de uma piscina, ginásio e tudo o que é possivel ter num pedaco gigante de terreno e dentro de uma casa. Isto tudo para passarem apenas 15 dias do seu ano lá! Casas que custam milhoes, que sao autenticos palacios, cheios de quartos e depois so lá passam estes dias e basta! 
Diga-se que nesse dia vivi como uma rainha! Passeio de bicicleta guiado por Punta, água quente, internet wifi e ar condicionado no quarto!! Um apartamento maravilhoso com vista para o mar! 
Mas no meio disto tudo, onde vive a gente que trabalha nas lojas, nos restaurantes?!! Nao entendia de onde vinham essas pessoas! E nao me contentando por esta ausensia de resposta, perguntei e mais que isso, vi!!
Mesmo ao lado destes casaroes, com apenas uma rua que os separa, esta um bairro de lata.De um lado o baiiro mais rico de Punta del Este, do outro o mais pobre! Um bairro muito pobre, segundo as pessoas muito perigoso e onde vivem essas pessoas. A pobreza e a riqueza separam-se apenas por uma rua. Uma rua que nao pertence a ninguem! De um lado da estrada o passeio dos ricos, do outro o passeio dos pobres. Uma rua que podia ser de encontro, é uma barreira. Afinal o muro de Berlim ainda existe e eu nao sabia! A pobreza e a riqueza sao vizinhos e nao se conhecem!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Punta del Diablo!

Bom tenho andado desaparecida porque estive a viajar! Que chatice!! eheheh! Primeiro sitio onde fui foi a Punta del Diablo, um pueblo costeiro meio hippie! Foi um fim-de-semana só de chicas, iam duas alemas, uma uruguaya e três portuguesas. Muito divertido!! Ficamos numa cabana de madeira muito gira! O pueblo é toda pintalgado de cabanitas de todas as cores muito giras. Tem uma rua principal, onde estao os cafés e restaurantes e praia!! Há muita gente de Montevideo que deixa o seu trabalho e vai para lá viver um tempo ou entao a vida toda. Mas estou a falar de médicos, engenheiros e afins... É mesmo tranquilo, eu quando me reformar pode ser que vá também um tempo para lá viver! eheh!!
Neste finde tive direito a desportos radicais yeah! Fiz  sandboard que é como quem diz snowboard nas dunas! Tá claro que fiz mais raboboard que outra coisa. Ainda por cima ao meu lado estavam uns miúdos a fazer, que tinham para aí dez anos e eram muito cromos, imaginem a vergonha!!! Mas valeu pela experiência!
De noite claro que fizemos o belo do asado, onde há um uruguayo há sempre churrasco!! Já deixei de comer carne durante a semana porque sei que aos fins-de-semana é até nao poder mais. Mas aqui como eramos todas miúdas, a Fá (uruguaya) fez pimentos recheados com queijo e fiambre e com um ovo por cima. Fica delicioso no churrasco!! No dia a seguir jantamos scones, ando a alimentar-me muito mal como vêem!Ah provei uma especialidade de cá que sao pasteis de bacalhau de algas, é óptimo! Talvez dê para fazer em Portugal!
Mas o melhor deste fim-de-semana ainda está parar vir! Enquanto umas faziam surf, eu decidi ir dar um passeio com a Ana, uma das portuguesas. Fomos a caminhar pelas dunas e quando chegamos ao cimo da duna, nem queriamos acreditar. Uma praia completamente deserta cheia de mato a volta. Uma invasao de natureza que me deixou aterrada! É nestas alturas que me sinto minuscula a olhar para a grandeza e beleza da natureza! Nao havia mais nada só arvores e uma praia gigante que parecia nao ter fim!! Incrivel! Bom descemos e caminhamos, as duas mudas de tanta surpresa. O que ia ser um passeio de mais ou menos meia hora, transformou-se num passeio de duas horas ou mais e já só regressamos a casa de noite. E aí outra coisa  a lua cheia a nascer no mar e o sol a pôr-se na terra! Uma mistura de azuis de um lado e o outro totalmente cor-de-laranja e rosado. A beleza da natureza passa-nos tantas vezes ao lado!!! Aqui isso nao acontece,a natureza invade-nos de uma maneira que o dificil é assimilar tudo.
Nestes fins-de-semana levanto-me sempre bastante cedo. Sem relogio, sem nada, há sempre qualquer coisa que me faz acordar! Aqui acordei com o galo, cantou três vezes antes do sol nascer. Levantei-me da cama calcei os ténis, vesti uma camisola e sai assim para a rua para ver o sol a nascer! Um silêncio, nada se passava, só estava eu sentada nas rochas com a máquina na mao a ver essa maravilha que é quase como um pôr do sol ao inicio do dia, porque aqui o sol nasce no mar! Nao dá para descrever o que se sente, só que se esquece tudo o resto e nao conseguimos desviar o olhar dessa magia que é o sol a nascer! Nao importa quantas horas dormi, se está frio ou calor, se estou de pijama ou toda bem vestida, importa é ficar a ali a ver e a guardar essa imagem como se fosse a coisa mais preciosa que temos. 

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Uma hora até chegar ao destino!

Aqui o meu dia-a-dia é marcado pelo horário do autocarro! Nao há como fugir dele! As manhas sao curtas e a tarde gigante (mas passa sempre mais rápido que qualquer manha). De manha dedico-me a lida da casa, vou passear para ao pé do rio e almoco. As 12h30 certas passa o autocarro que ainda fica a 15 minutos a pé de minha casa e o qual nao posso perder porque so passa outro meia hora a seguir e ja chego atrasada! Uma hora de autocarro pode ser muito ou pode nao ser nada! Normalmente passa a correr, tanto para ir como para voltar!! Tenho sempre encontros engracados ou que me fazem pensar. Ja sei quem vai sempre no mesmo autocarro, quais sao as criancas que vem da escola que entram e saiem, mas ontem sentei-me ao lado de uma senhora que nunca tinha visto. Entrei no autocarro e como havia lugares livres sentei-me. Fiquei ao lado de uma senhora cega. Acreditam que só percebi que era cega quando ia a sair e tirou a bengala. Quando entrei sentei-me e nem reparei, comecei a ler um livro que tinha comigo, depois desinteressei-me e comecei a olhar la para fora e para as pessoas a minha volta. A senhor cega que estava ao meu lado falava alegremente ao telemovel com uma amiga, perguntou ao motorista a paragem (mas como eu tambem faco isso, achei normal). E quando tirou a bengala para sair é que eu percebi. Mas isso nao foi o que em surpreendeu! Foi a alegria dela. Agradeceu ao motorista com um sorriso estampado na cara de quem é a pessoa mais feliz do mundo! Falava ao telemovel cheia de vida, irradiava alegria por todos os lados. Nao sei porque, mas às vezes pensamos que essas pessoas sao mais tristes, ou que nao conseguem viver a vida plenamente! Grande murro no estomago que eu levei! A vida é um dom enorme e nao temos nem metade da consciencia disso. A maneira como a vivemos de vez em quando, na nossa forma mimada e egoista, deixa-nos mais longe do essencial. A sorte que temos de poder ter todos os sentidos e estamos muito mais cegos que aquela senhora! A nossa vida que tem tao pouco de nossa.  Que quanto mais nossa achamos, mais estamos a perde-la! Obrigada senhora que nao sei o nome, mas que hei-de perguntar, por me ter mostrado, em apenas uma hora de caminho, a preciosidade da minha vida e que de só minha tem pouco, ou nada, porque a vida vive-se com os outros que estao a nossa volta!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Novidade fresquinha!

Dear Mafalda,

Congratulations! We are very pleased to inform you that the Admissions and Financial Committee has decided to offer you a place to start your Masters in Management, on the Fall semester 2011/2012.

Em Setembro vemo-nos por Portugal!

domingo, 10 de abril de 2011

O sorriso!

O sorriso é universal. Entendi isso mal cheguei a El abrojo, organizaçao onde estou a trabalhar. Trabalho numa pequena cidade a uma hora de Montevideo, com crianças dos seis aos doze anos. Crianças pobres, algumas não vão à escola e em casa têm vidas bastante difíceis. Faço jogos e actividades com elas, num centro, todos os dias das 13h30 às 19h. Vou também às escolas dar ateliers e visito algumas das famílias destes miúdos.
Apesar de toda a sua vida complicada e dificil, estes miúdos têm um sorriso cheio de bondade e o mais belo que já vi. Ser criança tem a uma beleza incrível e acredito que esta beleza e pequenez se mantém no nosso sorriso para o resto da vida. É como mostrarmos o que de nós é único, porque todos os sorrisos têm o seu jeito, mas são todos bonitos. Mostram o que de melhor há em nós, o nosso interior e a nossa bondade. Sorrir diz mais que mil palavras, ao sorrir estamos a criar laços que nos transformam em pessoas mais sorridentes e bonitas. Sorrir é amar!
Durante esta primeira semana de trabalho pouco entendi o espanhol dos miúdos. Falam muito muito rápido e utilizam expressões próprias, que até as pessoas de cá que trabalham com eles não entendem. Mas não foi preciso falar, bastou sorrir! Com um sorriso um sorriso se paga! E assim fui estabelecendo as minhas relações com as crianças. Ao inicio mais envergonhadas, sorriam discretamente, agora sorriem de braços abertos e temos grandes conversas de sorrisos. O mais extraordinário disto é que por de trás destes sorrisos estão vidas tão diferentes e que se cruzam porque o amor é sempre maior que a diferença e esta diferença acaba sempre por se complementar e não afastar. O sorriso que lhes dou é este amor pequenino que tenho para dar, o melhor de mim que posso oferecer e por isso é só com isto que sei amar estas crianças, porque um sorriso conforta, um sorriso diverte e um sorriso também é brincalhão. Sorrir é também sermos frágeis e mostrar que precisamos dos outros. A fragilidade de cada sorriso,  mostra também a sua beleza mais profunda, a bondade do interior de cada um. Por isso sorrir só pode ser amar!
P.S: Queria passar para aqui algumas das fotografias dos miúdos, mas a internet é demasiado lenta para isso! Desculpem!

Fiesta!

Fiesta fiesta fiesta! Acho que cá eles vivem sempre em festa! Se eu achava que ia sempre levar uma vida mais ou menos pacata, estava bastante enganada! Cá há sempre coisas para fazer e quando não há inventa-se! Desde que cheguei a casa há sempre alguém que tem um programa e me desafia. Se achavam que ia estar sozinha, enganam-se!
Para verem o que vos digo, conto-vos um pequeno episódio que me aconteceu no outro dia. Estava no meu segundo dia de trabalho e quando saí perguntaram-me se não queria ir com eles beber uma cerveja, era só estar um bocadinho e depois todos tinham coisas para fazer e iamos cada um para suas casas jantar! Bom, eu disse que sim claro. Não tinha lá grande coisa para fazer e assim ia já conhecendo melhor as pessoas com quem trabalho. E assim foi, mas o que se sucedeu?!
Havia um da organização que estava a fazer as mudanças porque tinha comprado uma casa e ia-se mudar para lá nesse dia. Então fomos todos para a casa antiga, passando antes a comprar um vinhito, e ajudamos a acartar as coisas para a camioneta! Quando digo coisas, era tudo, desde roupa, aos móveis todos da casa. Daí seguimos para a casa nova e ajudamos a tirar tudo da camioneta. Com isto já deviam ser umas nove e meia da noite e estavam todos cheios de fome. Então fomos comprar uns hamburgers, pão e mais umas coisas, e com restos de móveis fez-se um churrasco logo na casa nova. Escusado será dizer que a casa estava toda por montar! Como aqui todos são artistas, a noite passou a correr porque cada um mostrava um dote seu e de repende no sitio onde estavamos já estava uma viola, um teclado montado e luzes de discoteca! (fiquei impressionada com as coisas que esta gente tem em casa) Digo-vos foi espectacular! Ficámos lá até às duas e o tempo voou. Entre músicas, sapateado, números de magia, deixámos-nos ficar por lá!
Eles vivem muito destas coisas espontâneas, basta haver um sitio para fazer churrasco e umas coisas velhas para queimar e a festa está feita!! Como esta noite, hei-de ter muitas mais! A simplicidade com que se juntam e convivem uns com os outros fascina muito! Não é preciso um grande jantar, nem um grande programa, basta todos quererem e assim se faz a festa!! 

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Este fim-de-semana fui a La Pedrera com duas portuguesas que estão cá a viver em Montevideo, a Ana e a Raquel. Sábado levantei-me às seis da manhã para às sete estar na camioneta para ir ainda aproveitar um fim do verão uruguayano! Aqui, a costa do Uruguay é muito conhecida porque ao longo desta há imensas aldeias hippies! Já no interior do país ninguém fala, mas eu tinha alguma curiosidade m conhecer. Parece que só há quintas!
Levantei-me às seis da manhã a pensar que teria três horas de camioneta para repor o sono que faltava e sem qualquer expectativa para o sitio para onde ia! E assim foi, fui a dormir o tempo todo e quando a camioneta parou acordei e sai com mais meia dúzia de pessoas para a rua. Não era nenhuma estaçao nem nada, era uma rua com casas de um lado e do outro e mato a volta!! Não se passava nada e não havia ninguém. As outras pessoas começaram a dispersar e eu fiquei sozinha (porque as portuguesas chegaram mais tarde). Comecei a andar em direcção ao mar para ver se descobria algum tipo de vida humana e o hostel onde ia ficar. Quando já cheguei ao mar e nada avistei, cruzo-me com três argentinos e com os quais meti conversa e em cheio! Estavam no hostel que eu estava a procura e como os donos nao estavam eram eles que tomavam conta. Dois continuaram caminho e o outro levou-me lá porque não era muito fácil lá chegar. Lá encontrei-me com as portuguesas e estavam também duas alemãs e quatro americanas! Ai pousei as coisas vesti o fato de banho e respirei!! Repirei bem fundo para sentir o cheiro a mar, que saudades que eu tinha! Mar!! E aí sim, o sitio ganhou a vida que não tinha!
Era uma aldeia (se é que se pode chamar assim) onde só a rua principal está alcatroada, as outras são de terra batida. Árvores por todo o lado, como se estivessemos no meio do mato e ao fundo o mar. As casas eram de todas as cores e feitios, modernas, de madeira, cor-de-laranja, azuis... Tudo muito calmo e a banda sonora que acompanhava era só o mar!!
Se a cidade parou no tempo, ali não havia tempo! As pessoas (as poucas que havia) passeavam calmamente, estavam na praia ou à porta de casa a conversar e os cães (acho que eram mais que as pessoas) andavam também ao sabor do vento, como se não tivessem grandes preocupações! (e não tinham)
O dia de Sábado acabou com uma noite de conversa no alpendre do hostel, uns que ainda iam para outras praias aqui, outros que estavam so de fim-de-semana, outros que tinham optado por ir para lá viver, havia de tudo. Mas o engraçado é que no meio disto tudo a conversa flui e já  não importa de o espanhol sai bem ou mal, ou se de repente já estamos a falar inglês, é tudo muito natural!
No Domingo acordei ainda antes da sete, o sol estava a nascer! Começo a ouvir os primeiros passáros e pensei, neste terra sem tempo, é tempo de ir passear. E assim foi! Peguei na máquina fotográfica e fui com as alemãs e uma portuguesa até à praia. Elas voltaram para o hostel para ir buscar as pranchas e eu fiquei na areia e de repente começam a chegar os primeiros surfistas com os seus cães. Fiquei ali, não havia tempo!
A luz estava incrivel, o sol nasce do mar e por isso confunde-nos com o pôr-do-sol, mas a luminosidade é outra e percebemos que afinal o nascer do sol tem também a sua beleza.
Deixo aqui algumas fotografias deste fim-de-semana. A última é para verem como não há tempo nem moda nesta aldeia, vale tudo!!
 O Hostel!
 A noite.
 A praia de um dos lados.
 Mesmo à entrada da praia não vá haver alguém que precise!
 Uma casa com uma sala de sonho.
 Um dos muitos cães que anda contigo de um lado para o outro.
A moda não tem idade nem gostos!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Montevideo!

Acreditem que aqui o tempo parou!! Cheguei Terça a Montevideo, depois de 8h de camioneta e uma paragem pela fronteira. Esta vai ser a minha cidade durante este mês! Cidade esta que parece ter uma mistura de várias épocas e onde o tempo parece que se perdeu algures... Quando ainda estava em Buenos Aires conheci um senhor dono de um restaurante de um museu, mais uma das minhas grande conversas. Ele era francês, mas vivia cá há 30 anos. Tinha uma pronuncia bem engraçada! Ele tinha restaurantes espalhados pela a Argentina e no Uruguay. Tá claro que no fim da conversa me deu o contacto dele e da senhora que toma conta do restaurante em Punta del Este (Algarve do Uruguuay) para eu ir lá almoçar, que me oferecia!! Bom isto para dizer que este senhor me contou nessa conversa que Montevideo nos anos 70 tinha mais carros que Paris. Era uma grande cidade, mas parece que ficou perdida por aí! Estou segura que os carros são ainda os mesmos. São verdadeiras peças de museus, mas as pessoas andam como se tivessem a conduzir um porche acabadinho de sair! Tenho que tirar fotografias para verem.
Com os prédios acontece mais ou menos a mesma coisa. Estão todos um bocado sujos e degradados, mas uma pessoa vai na rua bem distraida, a assobiar e de repente tem à sua frente um prédio que podia muito bem estar em Paris. E assim esta cidade vai-nos surpreendendo com estas pequenas lembranças de uma cidade rica e próspera.
O centro da cidade é muito barulhento, só carros de um lado para o outro. As ruas estão sempre cheias de gentes, com barraquinhas em cada esquina e lojas de tudo e mais alguma coisa dos dois lados da rua. Parece que de repente aumentámos a velocidade do video e tudo anda a correr. Mas no meio desta confusão o tempo pára mais uma vez e encontra-se um grupo de senhores a jogar xadrez numa esquina de uma rua. Tudo vai tendo a sua magia!
Quando se sai do centro, parece que estamos noutra cidade, tudo é muito mais calmo, acho até que as pessoas andam mais devagar na rua! No bairro onde estou a viver, Pocitos, é tudo muito pacato. É um bairro residencial, mas ao mesmo tempo a actividade nocturna de cá passa-se aqui. Tem restaurantes e bares muito giros e fica mesmo em cima da praia! Posso dizer que vivo mesmo ao lado do mar! Um minuto e estou na praia! O bairro está cheio de mercearias, lavandarias, cabeleireiros e ginásios. Os cabeleireiros e os ginásios estão sempre cheios ao fim do dia, é muito engraçado ver de fora!
As pessoas aqui são muito simpáticas. No autocarro ajudam-me sempre com as paragens e fazem normalmente muita conversa, verdade seja dita que eu também falo bastante. Achava que iam ter um ar mais tropical, mas têm um ar bastante europeu. Acho até pelas montras das lojas que a moda cá é muito parecida! Eu podia ser de cá sem qualquer problema! Bom, até abrir a boca e falar um espanhol meio aportuguesado!
Bom aqui ficam algumas impressões desta cidade que em tempos foi grande e que agora mesmo assim não perdeu a sua magia! Vou pôr fotografias nos próximos posts!

terça-feira, 29 de março de 2011

Afinal sempre existem fotografias de Cordoba!





Cordoba!

Bom peco desculpa pelas poucas noticias, mas nao tenho tido la grande acesso a internet. Nao vao acreditar, mas a minha maquina fotografica ficou sem bateria e nao pude tirar fotografias em Cordoba.
Cheguei muito bem chegada a Buenos Aires e no dia a seguir viagei para Cordoba.
Cordoba e uma provincia a norte de Buenos Aires, bem a norte, sao 9h de camioneta ate la. Fui para Cordoba com o Francisco e com a Rosarinho, o Francisco esta ca a viver e a Rosarinho esta a viajar. Chegamos la sem sitio para dormir, mas logo arranjamos um hostel. Nao imaginam como me soube bem um banho depois de nove horas de viagem de camioneta!!
A cidade de Cordoba nao tem la grande coisa para se visitar. Mas a volta a serra e lindissima. No primeiro dia conhcemos so o centro da cidade e a tarde o Francisco e eu fomos a um restaurante de sushi de um amigo dele, onde ficamos la a conversar enquanto ele fazia o sushi. Aquilo e so um restaurante de entregas, as pessoas nao comem la. Ca ha muito disso, as pessoas encomendam muita comida ja feita! Este amigo do Francisco e incrivel. Montou este restaurante do nada. Comecou por montar uma entrega de pequenos almocos surpresa, que vendia aos amigos para eles darem as namoradas e com o dinheiro disse montou o seu restaurante de sushi e a irma dele ficou com os pequenos-almocos. Agora e um dos melhores sushis da cidade e ja abriu tambem noutro sitio. Fiquei fascinada como alguem que nao tem nada monta assim um negocio. Basta so um pouco de imaginacao e vontade!! Deu-me imensa vontade tambem de montar uma coisa minha, sonhos e projectos nao me faltam!!
Sabado fomos a Serra com umas amigas cordobezas. Fomos a uma aldeia de influencia alema. Parecia que tinhamos entrado noutro pais. Todas as casas eram de madeira. Imensas lojas de cerveza e almocamos a bela da salsicha alema. Foi uma tarde muito gira e deu tambem para praticar o belo do espanhol!!
No Sabado a noite a Rosarinho e eu ficamos pelo hostel a conversa. Aqui encontra-se pessoas de todo o lado. Nessa noite fiquei a conversa com um Colombiano, um italiano, um americano e um belga!! O colombiano era um tanto ou quanto diferente, nao sei muito bem descrever, mas tinha uma certa pancada e as tantas virou-se para mim e disse "tu tens 100% de inocencia e 200% de beleza!", imaginem a minha cara!! Estao a rir-se nao e?! Imaginem o quanto eu nao me ri quando estava sozinha!!! Mas pronto aqui tenho tido alguns encontros engracados que vao dar muito que contar!!!
Espero que estejam todos bem!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Hoy Cordoba ------------> Lunes Montevideo!! Lá vai ela!!
Ponho fotografias quando voltar!
Espero que estejam todos bem.

quarta-feira, 23 de março de 2011

E aí??!! Já cheguei ao destino!! Depois duma passagem em Londres e 15 horas de voo, estou agora acabada de chegar.
No aviao fui ao lado de uma senhora de San Luiz, é professora de ingles na faculdade lá. Escusado será dizer que 15 horas deu para falar, falar, falar e dormir, dormir, dormir. A senhora ajudou-me depois a tratar das coisas do visto (nao tem nada que saber, mas ela fez questao de verificar), deu-me também as indicacoes de como apanhar o táxi quando chegasse ao aeroporto e assim cá cheguei a casa do Francisco. Pode ser que ainda durante estes de para ir até San Luiz visitar a senhora!
Demorei uma hora do aeroporto até casa, está a chover e muito transito, mas até foi engracado porque o taxista tinha mais ou menos a minha idade e falamos imenso, contou-me a história da cidade e dos bairros, da namorada dele, até sobre os filmes que estao no cinema ca e em portugal falamos.
P.S: estou no computador do Francisco que tem o teclado de ca e nao consigo escrever bem!!

terça-feira, 22 de março de 2011

Lá vai a Roza Latina!

E lá vai Roza Latina, ó pra ela toda lançada!! Mas antes de ir não podia deixar de escrever. Quero ir, quero muito ir, mas há uns meses atrás achava que nada era possível!! Acho que nem acredito bem (ainda), parece que é só mais uma viagem e que daqui a uma semana já estou de volta, mas não, parece-me que desta vão ser 5 meses por terras desconhecidas com uma mochila às costas e um percurso mais ou menos traçado! Espero que a mochila venha mais vazia, mas que eu regresse bem mais cheia, de histórias, aventuras e de outras vidas com quem me vou cruzar!
Bem, espero que por cá as coisas corram bem. Espero receber notícias!!
Para os mais corajosos e aventureiros, já sabem, podem sempre juntar-se a esta aventura, basta só pegar numa mochila e vir ter comigo, fica aqui o desafio!
Deixo aqui o percurso que está pensado, estão só marcados os sítios principais! (Para além disso acho que vai ter algumas (grandes) modificações! (Não se vê lá grande coisa, não sou muito dada a estas coisas tecnológicas mas com o tempo a coisa vai lá!!
E porque adeus não se diz!
Nos vemos, hasta luego!